Apesar de um tímido avanço nos indicadores de coleta e tratamento de esgoto, a maior parte do país ainda segue sem acesso a esse direito básico. 88 milhões de brasileiros sequer têm o esgoto coletado. E se considerarmos as pessoas não atendidas pelo tratamento de esgoto, esse contingente sobe a 112 milhões, algo próximo à população de países como o México ou Japão. Os dados do Ministério do Desenvolvimento Regional mostram a dificuldade do setor em acompanhar o crescimento da população, tendo em vista a redução do percentual da população atendida pelo abastecimento de água. A prosseguir no atual ritmo de investimentos, nenhum desses indicadores será universalizado até 2033; todos estarão longe da meta fixada pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). Apesar de corresponder a apenas 5,2% do mercado, as concessões privadas de saneamento têm mantido historicamente uma média igual ou superior a 20% do total investido pelos operadores no setor. São investimentos sólidos, baseados em contratos com metas estabelecidas. |
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![]() ![]() Apesar de corresponder a apenas 5,2% do mercado, as concessões privadas de saneamento têm mantido historicamente uma média igual ou superior a 20% do total investido pelos operadores no setor. São investimentos sólidos, baseados em contratos com metas estabelecidas.
Apesar de ter um investimento por ligação de água e esgoto muito acima da média nacional, as empresas privadas possuem tarifas abaixo das Companhias Estaduais e apenas 8% superior à média nacional. Comprova-se assim a eficiência operacional na utilização dos recursos, também verificada pelo índice de despesa total com os serviços por m³ faturado, que se encontra alinhado com a média nacional e inferior 10,2% ao praticado pelas Companhias Estaduais. |
DEMANDA DE INVESTIMENTO Investimento deveria ser quatro vezes o atual para atender à demanda Um investimento de R$ 753 bilhões para os próximos 13 anos — ou R$ 57,9 bilhões ao ano — é o que o Brasil precisa para universalizar o saneamento no país e adequar o serviço às condições adequadas de fornecimento. Os valores são mais de quatro vezes o investimento realizado em 2018 (R$ 13,2 bilhões, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento). Os dados referem-se à ampliação de extensão de redes, adutoras, construção de estações de tratamento de água e esgoto, elevatórias, reservatórios, ligações de água, cisternas, poços artesianos, redes coletoras de esgoto, coletores-tronco, ligações de esgoto e tanques sépticos, e incluem também os custos para compensar a depreciação de ativos. As informações fazem parte de estudo realizado pela consultoria KPMG para a ABCON SINDCON. A pesquisa traz ainda indicadores detalhados por regiões e estados. No ritmo atual de investimentos, ainda segundo o estudo da KPMG, a universalização dos serviços só será atingida em 2055, mais de duas décadas depois da meta do Plansab (2033). |
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