Um consórcio liderado pelo grupo GS Inima, associado ABCON/SINDCON, será o responsável pela operação dos serviços de água e esgoto em Ouro Preto, Minas Gerais, nos próximos 35 anos. Em fase de planejamento, a operação começará em dezembro, com a missão inicial de implantar um amplo programa de hidrometração em 24 meses e retomar as obras da ETE da cidade, que estavam paralisadas. É um marco para a cidade histórica, que teve há cerca de 300 anos um dos primeiros sistemas de saneamento do país, mas que hoje enfrenta problemas de atendimento à população que são comuns em boa parte do país. Com cerca de 74 mil habitantes, e grande fluxo de turistas o ano todo, Ouro Preto atende 88% da população com serviços de água potável e coleta o esgoto de 64% dos moradores, mas não trata os efluentes domésticos. Também não mede o consumo de água e calcula uma perda de 50% da água tratada.

“Trabalhar em uma cidade que é Patrimônio Cultural da Humanidade é um desafio, mas a iniciativa privada possui capacidade, engenharia e conhecimento para cumprir as metas estabelecidas”, comenta a gestora da operação, Elisa Ribeiro.

As concessionárias privadas já atuam em cidades históricas há alguns anos. É o caso de Petrópolis, Rio de Janeiro, onde todas as obras realizadas em sítios com patrimônios tombados, especialmente no Centro Histórico, precisam de licenciamentos específicos do Instituto do Patrimônio (IPHAN) e do Instituto Estadual do Patrimônio cultural, o INEPAC, que opinam especialmente sobre a volumetria das construções, seus estilos arquitetônicos e as cores a serem usadas.

Um exemplo do cuidado da concessionária Águas do Imperador, do grupo Águas do Brasil, é a fachada da ETE Quitandinha, em tijolinho aparente para acompanhar o estilo arquitetônico da centenária fábrica São Pedro de Alcântara (hoje desativada), próxima da ETE. A coloração de suas redes também foi determinada pelo IPHAN e INEPAC. Além disso, todas as redes instaladas nos rios que passam pela rua do Imperador devem ser pretas. A elevatória fica ao lado do Museu Imperial e, por isso, é totalmente enterrada; a cor da casa de automação também foi determinada pelos institutos.