BNDES lança editais para saneamento no Norte e Nordeste
23/02/2017
A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, afirmou que instituição deve lançar na sexta-feira os seis primeiros editais para saneamento, destinados a Estados do Norte e Nordeste. Segundo ela, houve um processo de seleção e 20 consultorias foram pré qualificadas para participar dos pregões eletrônicos que vão definir as empresas que farão os estudos para as concessões.
“Fizemos editais, chamamos as consultorias e fizemos a seleção. Temos cerca de 20 consultorias pré qualificadas. Vamos agora lançar editais um a um por Estado. Entre essas consultorias pré qualificadas, ganhará quem oferecer o menor preço. Será pregão eletrônico por menor preço”, afirmou Maria Silvia. Na lista de Estados que serão atendidos inicialmente estão Pará, Amapá, Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Maranhão.
A afirmação oi feita após reunião no Palácio do Planalto com o presidente Michel Temer e os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo de Oliveira. A presidente do BNDES disse que essas concessões para saneamento são, em geral, por 20 anos. “Pode ser concessão, parceria público privada, privatização. Cada Estado vai ter um modelo diferente”, disse.
Maria Silvia fez questão de negar qualquer mal estar do governo com os desembolsos do banco, diante de especulações de que o Planalto estaria insatisfeito com a atuação “tímida” do BNDES.
“O ministro ficou bastante satisfeito com tudo o que ele ouviu. Tivemos no passado desembolso volumoso de recursos, conhecido como PSI. O que se assistiu é que, apesar de tanto dinheiro na economia, não aumentou o investimento na indústria e muito menos a atividade econômica”, disse Maria Silvia. Ela lembrou que em operação concretizada no ano passado, o BNDES devolveu ao Tesouro Nacional R$ 100 bilhões e que não há operações desse tipo previstas para este ano.
A presidente do BNDES ressaltou que o aumento dos investimentos é um processo importante para aumentar a produtividade e para garantir a retomada do crescimento econômico. Ela lembrou que os setores de infraestrutura, agricultura e óleo e gás são os únicos que não têm capacidade ociosa no momento.
Em infraestrutura, afirmou ela, o banco tem trabalhado para avançar em PPPs e nos leilões de energia. “Mais do que não ter capacidade ociosa, precisamos de investimentos para produtividade. Em relação à agricultura, observou que no ano passado o banco desembolsou R$ 17 bilhões com o setor. “Somos o maior financiador individual de agricultura no Brasil.”
Na indústria, explicou que ainda há muita capacidade ociosa, mas em fase de recuperação. “Famílias e empresas ficaram endividadas. O desemprego é elevado, o que também traz um sentimento de insegurança”, disse Maria Silvia.